As Lições de Vida de Harry Potter | Opinião

Olá, Sussurradores!

Como estão neste dia cinzento - pelo menos para a minha zona - de Agosto? Espero que tenham aproveitado o fim de semana para agarrar aquela vitamina D que tanto nos faz bem. 🌞

Hoje trago-vos a opinião de um livro que me fez rir, que me fez chorar, que me fez reflectir e que me fez querer ler de novo a saga "Harry Potter" de J.K.Rowling, "As Lições de Vida de Harry Potter - Descubra a Magia da Amizade, Família, Coragem e Amor" de Jill Kolongowski.

Original: Life Lessons Harry Potter Taught Me: Discover the Magic of Friendship, Family, Courage and Love in Your Life
De: Jill Kolongowski
Livro publicado através de: Vogais (chancela da 20|20 Editora)
Ano de Publicação: 2018

Quando soube que existia este livro nem hesitei, tive que o adquirir. 👍💖

Saber que existia um livro que falava sobre tudo o que a saga "Harry Potter" me tinha ensinado, me tinha ajudado a ultrapassar a adolescência, me tinha feito querer ler mais sobre este tipo de aventuras - tornando-me uma leitora ávida por mais - fez-me curiosa de o ler e ver se as minhas expectativas e pensamentos sobre uma das melhores sagas de todos os tempos correspondiam à realidade.

E fez isso mesmo!


As "Lições de Vida de Harry Potter" estão divididas em fases da história dos sete livros mágicos de J.K. Rowling - cada fase com um feitiço importante que corresponde a uma característica, emoção/sentimento, acontecimento - de alguma forma mostrando-nos a construção da identidade, da personalidade pela qual uma criança passa para chegar a adulto, o que acaba por ser o que realmente vemos com Harry e os seus amigos ao longo da saga.

Através da sua escrita e a maneira como nos propõe pensar sobre os diferentes capítulos deste livro, Jill Kolongowski mostra o quão apaixonada é pela saga, mostrando bocadinhos da sua vida privada ao crescer com os livros e até mesmo agora na sua vida adulta; mostra que as personagens e a história estão perto do seu coração, quase como se fossem amigos chegados e ela tivesse vivido as aventuras com o próprio Harry.

E é isto que torna o livro tão especial para mim, pois é precisamente isso que sinto ou senti ao ler a saga. Eu, tal como a autora, crescemos com estes livros - e, posso dizer, que me foi difícil dizer adeus a estes "amigos" que me foram (e são) tão queridos quando "Os Talismãs da Morte" saíram.

Os livros foram saindo à medida que eu ia crescendo - comecei a lê-los com 9 anos e terminei com 18 - praticamente as idades com que Harry e os seus amigos começam as suas aventuras e as terminam; são aquelas idades em que tudo muda, onde aos poucos aprendemos o que é bom e o que é mau e que afinal de contas operamos no cinzento e não no preto e branco; onde temos desilusões e surpresas; onde aprendemos o que é certo e o errado - o que é certo e o que é fácil; onde vemos quem são os nossos amigos e os nossos inimigos; onde a nossa personalidade cresce, aprende e se desenvolve; onde aprendemos o que é mais importante e o que não é. Por isto e por muito mais, dei comigo muitas vezes a relembrar certas cenas (dos livros) e certos momentos da minha vida onde encontrei o conforto na saga.

E tudo por causa de Jill Kolongowski.

Não digo que somos iguais, de todo. Porém, o que aconteceria se alguma vez no nosso percurso até aos dias de hoje nos encontrássemos? Será que seríamos amigas? Ou nem por isso? Gosto de pensar que sim, pois as suas ideias, os seus pensamentos em relação à saga "Harry Potter" são muito semelhantes aos meus. Para além de que me fez repensar também em muitos momentos da vida deste(s) meu(s) herói(s) e vê-lo(s) com outros olhos.

Admito que já não leio "Harry Potter" há algum tempo, precisamente desde que li pela primeira e única vez "Os Talismãs da Morte" há quase 11 anos ("A Criança Amaldiçoada não conta 😉). Não me perguntem porquê... talvez porque sabia que aquele seria o último, que aquele era o verdadeiro final da história e não queria voltar a revivê-la, talvez porque se não voltasse a pegar neles, as suas vidas continuariam como dantes, talvez porque sabia que não voltaria à inocência ou à simplicidade da minha infância ao descobri-los de novo; ou apenas porque me encontrava no meu primeiro ano da faculdade e tinha importantes decisões a tomar e não queria que as aventuras de Harry me distraíssem... Sinceramente, não sei. Podem ser qualquer uma destas razões como outras quaisquer...  Todavia, mal sabia eu que de alguma forma, iria um bocadinho por esse caminho da imaginação ao publicar um livro meu anos mais tarde...


Posso, por último, dizer que este livro de Jill Kolongowski é um livro importante, seja para novos leitores, seja para leitores mais velhos, seja para quem nunca leu a saga e/ou nunca se interessou por ela...

De alguma forma, é um livro que nos ajuda a compreender um bocadinho a vida quotidiana e a ajudar-nos a vivê-la com o que realmente é mais importante e deixarmos para trás o que nos pesa e que nos faz mal; a compreender o crescimento das crianças, mas também o pensamento dos mais velhos - e que um e outro deveriam aprender sem existir as ideias pré-concebidas de que as crianças têm de seguir os mais velhos ou que estes não têm vidas fascinantes. É um livro que nos mostra que a vida simples também é importante; que o amor, a lealdade, a amizade são importantes no dia-a-dia; que sermos nós mesmos é importante - Arthur Weasley nunca se importou se Lucius Malfoy achava a sua curiosidade sobre os Muggles repugnante ou até mesmo Hagrid com as suas criaturas mágicas; que uma mãe com sete filhos pode ser tão ou mais poderosa que alguém que não os tem - Molly vs. Bellatrix; mostra-nos que podemos aprender com as vitórias dos mais velhos, mas mais importante ainda com os seus erros - Dumbledore e o manter Harry o mais protegido e ignorante quanto aos seus planos possível; que, às vezes, é o improviso que nos ajuda, mas nunca devemos esquecer o planeamento; que, por vezes, temos de seguir o nosso instinto e não o que as outras pessoas nos dizem; que é bom, por vezes, estarmos sozinhos, mas saber que os nossos amigos estarão lá para nos ajudar quando precisarmos; que, acima de tudo, devemos aprender a rir quando a tristeza/solidão nos assola; que o quebrar das regras é bom e o poder é perigoso e devemos sempre respeitá-lo; que as palavras são muito poderosas; que o conhecimento é importante e que sermos vulneráveis não é ser fraco; e que é a coragem que mostra quem realmente somos ou podemos ser.

Com todo o meu coração, posso dizer que adorei este livro. 😊✨

Frase favorita: "[...] está comprometido com o respeito [...] porque demonstrar respeito pelos outros e recusar o preconceito não é uma questão de boa educação. Exige uma defesa e uma força constantes. Se o preconceito começa em pequena escala, então é nessa mesma medida que se deve começar a rejeitá-lo." (pág.134)

E, talvez seja por eu ser Ravenclaw (dito pelo Pottermore) ou Luna ser das minhas personagens favoritas e eu ter desejado várias vezes ter uma amiga como ela, aqui fica algo que a caracteriza e que acho muito importante na minha própria vida:

"Talvez o melhor exemplo para a coragem de sermos nós mesmos venha de Luna Lovegood. (...) Apesar do muito que tem de enfrentar na vida, é a pessoa menos perturbada do mundo. (...) Luna mantém-se a mesma pessoa generosa, estranha, gentil. A sua coragem é do tipo que não deixa que o mundo a mude." (pág.186)

Até ao próximo post!

A vossa sussurradora...

Ps: Fotos tiradas por IAlexCardoso.

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