O Mundo à Beira de um Ataque de Nervos | Opinião

Olá, sussurros!

Estamos quase, quase no fim de semana!

Já viram os desafios de leitura para Outubro, criados pelo The Lovers Book Club e a Words à La Carte no Instagram? Não? Então de que estão à espera?

Hoje trago-vos uma opinião de um livro que me fez pensar que não sou a única a reflectir (deste modo) sobre o estado da sociedade e do Mundo.




Original: Notes On A Nervous Planet
De: Matt Haig
Livro publicado através de: Porto Editora
Ano de Publicação: 2019




Ler este livro foi um prazer.

Há muitas coisas que o autor diz que são verdade no mundo de hoje, coisas que até podiam fazer-me questionar quem sou e o que aqui estou a fazer, o que é verdade. Felizmente, desde cedo - e apesar de ser uma sonhadora aluada - aprendi a ver o mundo como ele é, um local lindo mas frio, um local com oportunidades mas injusto, principalmente para a maior parte da população. 

Algo que me chamou à atenção neste livro foram os conselhos que Matt Haig vai dando ao longo da sua narrativa em relação à família, ao tempo, aos amigos, ao trabalho, ao marketing a que somos assolados todos os dias, a todas as horas - menos as de sono, apesar de achar que por vezes sonho com as músicas dos slogans. E, em relação ao trabalho, finalmente encontro alguém que pensa como eu, pois a família e os amigos são o mais importante após 8/9/10 horas a fazer algo que, a maior parte das vezes, nem nos traz prazer. Por exemplo, as pessoas que recebem emails fora de horas, como é possível acontecer? O email que está ligado ao meu smartphone (de alguma forma obrigatório) não é o mesmo do trabalho, assim não recebo nada fora de horas e que me possam distrair do que é importante - não estou a dizer que o vosso trabalho não é importante, pois também o é, mas existem horas para tudo, é só saber organizar. E o mesmo se passa com as chamadas, após uma determinada hora, o telemóvel fica em silêncio. Afinal, o tempo foge, e o tempo de qualidade também é importante para nos sentirmos bem e para fazermos o nosso trabalho conforme deve ser. Certo?

E quanto às redes sociais? Essas inimigas do bem-estar mental? Sim, tenho-as, mas depois do primeiro impacto de as conhecer e utilizar, ao fim de algum tempo deixo de estar ligada a elas tão frequentemente.

Enfim, tantas outras coisas que o autor fala, sobre o estado do Mundo e da Sociedade e o quanto perdemos ao deixar-nos levar pelas expectativas que a última nos transmite desde cedo e que nem sempre correspondem à nossa personalidade e ao Mundo em geral.

Temos de separar o trigo do jóio como os mais velhos dizem. Temos de saber o que é importante e o que é trivial, e, por vezes, temos de estar sozinhos para sabermos se estamos bem ou então aprendermos a estar sozinhos, nem que seja de vez em quando. O autor explica como fazer isso e como não ceder às tentações de mais uma compra ou como não cedermos aos brilhantes e inteligentemente feitos slogans e anúncios das marcas e empresas que todos os dias nos assolam com os seus produtos.

No geral, é um bom livro, muito bem escrito e dividido por temos, e algo que toda a gente devia ler e ter em conta conscientemente e não apenas de forma inconsciente.

Mostra do lado dele - posso dizer que por vezes revi-me nele, apesar de nunca ter tido uma crise de ansiedade como a dele - como alguém que sofreu bastante para voltar à "quase normalidade" da sua vida e que luta todos os dias contra o voltar ao mesmo.

Frase favorita: Tantas, mas tantas que podia colocar aqui, mas escolhi um conselho dado pelo autor que acho que devíamos ter em conta no nosso dia-a-dia: "Sentir cada instante, não pensar no amanhã, aprender a desligar-se de preocupações, arrependimentos e medos provocados pelo conceito de tempo. Caminhar sem pensar em mais nada a não ser na caminhada. Ficar deitado na cama, acordado, sem se preocupar com o sono. Deixe-se apenas ficar, numa felicidade horizontal, sem qualquer preocupação com o passado ou o futuro." (pág.321)

Até ao próximo post!

A vossa sussurradora...

Ps: Imagem Goodreads.

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