"Gabriel's Inferno", Sylvain Reynard | Opinião
Olá, sussurros!
E esse fim de semana quente? Como o passaram?
Eu ainda fui passear, para depois colocar as leituras em dia... O que não está fácil. Estou numa fase em que não leio muito e não é por não querer... acho que é mesmo cansaço...
Falar deste livro é pensar no quão desiludida me sinto. Não porque não gostei, pois, no geral, até gostei, mas porque a linguagem é tremendamente infantil para um romance deste calibre, adulto e (quase) erótico.
Começando desde o início, achei Julia uma personagem feminina boa e que devido à sua relação anterior se sente receosa de tal forma que vai fazer a sua pós-graduação para Toronto, quase quebrando contacto com a sua família e os seus poucos amigos.
Quanto a Gabriel, é uma personagem masculina igualmente boa, com um passado trágico e um professor de Estudos de Dante bastante capaz.
As duas personagens têm um passado em conjunto, apesar da diferença de idades (dez anos entre eles, tendo ele 33 e ela 23), mas do qual apenas Julia se lembra.
Ora, no geral, penso que seja um romance bastante bom, com uma narrativa rápida, alguns altos e baixos e um desenvolvimento que deixa o leitor sempre a querer mais - que foi o que aconteceu comigo e por isso não desisti dele.
Sim, eu disse isto tudo de bom... Agora, vamos à parte que fez-me ficar desiludida com o livro, a sua linguagem - e eu li em Inglês, por isso não é uma questão de tradução.
Penso que a autora utilizou uma linguagem bastante infantil, pois, a certa altura, até parecia que estava a ler um romance adolescente pela maneira como as duas personagens falavam e interagiam uma com a outra. E, tendo em conta, que gira tudo à volta delas, isto é dizer que se torna cansativo, tendo momentos em que só me apetecia desistir de ler - porém, quando se davam com outras personagens, este tipo de descrição e diálogo não acontecia tanto.
Deixem-me explicar: o que quero dizer com linguagem infantil é nos termos de "ela é frágil", "ele é mau", "ele não se lembra de mim, fico triste", "ele não é quem eu pensava que ele fosse", "ela tem de ter alguém que cuide dela", "ela desabrocha aquando um acto de bondade"... Enfim, ambos são adultos, sabem o que querem e o que fazem, e tendo em conta que ela até foi para uma cidade completamente desconhecida estudar e onde não conhece ninguém, penso que ela seja o oposto de frágil - apesar de, na maior parte do tempo, ele a tratar como uma rapariga e não mulher. Já ele é definitivamente rude, quase lembrando um Mr. Darcy, mudando depois para algo mais sensível quando se lembra de quem Julia é -apesar de, por vezes, ter atitudes de rapaz.
Podem discordar de mim quanto a isto, mas foi a sensação que tive ao longo da leitura deste livro em relação aos personagens. Sim, cada um tem as suas forças e fraquezas, as suas qualidades e defeitos, mas não precisam de ser tratados com "paninhos quentes", como se costuma dizer.
Algo que gostei foi ver uma história romântica interlaçada com a história de Dante, que apenas conhecia de nome e não a sua história em si.
Dito isto, tenho a dizer que irei, pelo menos, ler o segundo, pois quero ver como a história dos dois se desenvolve após os acontecimentos finais do livro - e porque também já apanhei spoiler e fiquei curiosa.
Frase favorita: "All believers are hypocrites because none of us live up to our beliefs. (...) if you still believe, you must have hope. You must believe that happiness is possible for you too." (p.317) (Tradução: "Todos os crentes são hipócritas porque nenhum de nós vive de acordo com as nossas crenças. (...) se tu ainda acreditas, então ainda tens esperança. Ainda acreditas que a felicidade é possível para ti.")
Se já leram este livro, o que acharam? Têm a mesma opinião?
Até ao próximo post!
A vossa sussurradora...
Disclaimer: Imagem Goodreads.
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