"Pensamentos sobre o Natal" de Iria Alexandra Cardoso | Apontamentos
Olá, sussurros!
Este ano o meu Natal será um bocadinho diferente, pois não tenho a minha âncora, a minha companheira de aventuras e de passar o noite e o dia desta época em conversas, sonecas e visionamento de filmes e séries. Por isso, este ano será um bocadinho mais solitário, mas sempre com o desejo de que todos os que me seguem e apoiam nesta página, continuem aí desse lado do universo e que recebam muitas prendinhas e comam muitos doces!
Hoje, trago um texto presente na antologia em que participei dos "Lugares e Palavras de Natal" do ano passado.
Espero que gostem!
“Pensamentos sobre o Natal” de Iria Alexandra Cardoso
Lembro-me dos
Natais de criança...
Alguns passados em
casa, outros em casa dos avós.
A mesa era farta e
cheia de gente.
Aletria, creme
queimado, rabanadas feitas pela mãe, pudim feito pela avó.
As casas eram
enfeitadas, as árvores colocadas ao alto, com os presépios por baixo.
E os presentes...
ai, os presentes.
Eram sempre muitos
e era sempre uma alegria rasgar o papel de embrulho.
Sim...
Existiu um tempo
em que o Natal era a maior das festas, repleto de alegria, gargalhadas, jogos,
sorrisos em redor da mesa, uma época para matar saudades daqueles que não
víamos todos os dias.
Sim, sim, o Natal
ainda é a maior das festas, repleto de tudo isto e mais alguma coisa.
Mas...
Onde está a magia?
Onde está a
surpresa?
Onde está o
carinho?
A sociedade tornou
obrigatório a sua celebração meses antes do acontecimento, colocando nas
montras a sua decoração avermelhada e dourada, os seus Pais Natais de plástico
quase arrepiantes, os anúncios com ideias para prendas para toda a família e
amigos.
Em Outubro já
ouvia falar de jantares de Natal, do que se iria fazer na data tão esperada,
nas decorações que se iriam montar, se iria ser feito em casa ou noutra de
família, se iriam passar os dias fora...
Basta!
Isso não é Natal!
Natal é sentimento...
Da família que temos, dos amigos que estão sempre lá para nos apoiar, do amor
que nos faz viver.
Natal é celebração
das coisas boas... Do sobrinho que nasceu, da família que se tem, do telhado
que nos abriga, da doença vencida, das dificuldades que foram ultrapassadas,
dos feitos e realizações conseguidas.
Natal é ambiente...
As músicas que se ouvem e tornam o nosso espírito mais doce, é o brilho nos
olhos da criança pela qual passamos na rua e onde é possível ver a magia da época.
Devemos acreditar
no nascimento Daquele que nos faz ser melhores do aquilo que somos e que deu a
vida pelos nossos erros.
Devemos acreditar
no Pai Natal e na magia que traz uma vez ao ano, deliciando miúdos e graúdos,
ensinando que a vida pode ser doce se nos deixarmos envolver pela simplicidade
e pelas pessoas em nosso redor.
Devemos acreditar
que esta época deveria ser vivida em pleno e não com meses de antecedência, consumindo
as pessoas, não as deixando absorver os sons, os cheiros.
Os meus pensamentos
são realistas demais, pouco mágicos para uma época que pede algo mais com pós
de perlimpimpim. Todavia, olhando para trás, a única coisa que vejo são pessoas
a voltarem a um normal que nos levou à doença, ao confinamento, a estradas
vazias e pessoas na miséria...
Não aprendemos
nada...
A sociedade não
aprendeu nada...
A humanidade não
aprendeu nada...
Este ano, o Natal devia
ser a celebração da mudança, da aprendizagem, da cura da Terra.
Em vez disso, o
Natal vai ser mais uma vez a celebração do consumismo!
Pós de
perlimpimpim não fazem tudo e a magia já não é magia.
O Natal já não é
Natal.
Enfim...
Estes são apenas
os pensamentos de alguém que deixou de ver o Natal através do olhar inocente de
criança.
Vai a ser
celebração das pessoas que ainda se encontram na minha vida, das coisas boas a
que tenho de dar graças por tê-las.
Vai ser a
celebração de um ano de lutas e vitórias.
E aí, sim, celebro
os pós de perlimpimpim que irão fazer deste Natal uma época especial.
Feliz Natal.
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