Thunderbolts* (2025) | Opinião

Olá, sussurros!

Uma quinta-feira amena, mas que promete calor.

Este filme já se encontra disponível na Disney +, por isso, porque não rever, se ficarem por casa?

Que filmaço este "Thunderbolts*"!!!

Para começar, é entretenimento puro.

Para continuar, é emocional - sim, chorei, e não, não é por ser uma chorona nata, foi mesmo pela maneira como certas situações estão "descritas" e vividas.

Para terminar, só mostra que a família que escolhemos, por vezes, faz mais por nós que a biológica.

Começamos com Yelena (Florence Pugh), que está a viver uma crise existencial, continuamos com Alexei (David Harbour), que ainda vive sob o poder que foi e a tentar continuar a viver, seguidamente temos John Walker (Wyatt Russel) e Ava/Ghost (Hannah John-Kamen) - todos sob o jugo de Valentina (Julia Louis-Dreyfus)... e nem vou falar de Taskmaster (Olga Kurylenko), pois qual o propósito desta personagem no filme, sinceramente?

Claro que temos de volta Sebastian Stan como Bucky, soldado e assassino manipulado tornado congressista, e que está a tentar destituir Valentina do seu posto de Directora da CIA.

Plot à parte, porque seria spoiler tudo o que dissesse, com a entrada de Bob (Lewis Pullman) em cena temos um novo herói de nome Sentry, um dos mais poderosos da banda desenhada, de acordo com o que pude apurar.

Ora, entre Pugh e Pullman venha o diabo e escolha, pois a performance deles é simplesmente cinco estrelas, não só pela maneira como demonstram o vazio que vai dentro deles, mas como também é possível ultrapassá-lo. Já para não falar que Harbour é hilariante, mas emocional, Russel faz-nos pensar nos erros do passado e como podemos emendá-los, John-Kamen é uma presença calma e quase irónica, Dreyfus ajuda-nos a entender o que os serviços secretos escondem, e Stan é o líder cansado, mas sempre pronto para a luta, tentando ajudar os outros a navegar neste negócio do heroísmo - e isso vê-se quando ele dá uma "ordem" a Russel.

Este não é o típico filme de super-heróis, mas sim uma lição para todos aqueles que não sabem o que é viver com algum problema de saúde mental, tenha sido despoletado por ansiedade, missões de guerra, um luto...

Este filme é a maneira perfeita de demonstrar o que é viver todos os dias com uma depressão, com uma dor, com o vazio, o questionamento (do que estamos a fazer neste mundo), sem propósito, a solidão e a força que é necessária para continuar a sobreviver num que não compreende e que não o compreende de volta.

Void é, para mim, a mudança de personalidade que alguém pode ter quando se tenta proteger de algo ou alguém que lhe fez mal ao ponto de chegar a uma depressão, a um burnout, e tenta, de uma forma drástica, continuar a viver - ou sobreviver, talvez seja a palavra.

A maior luta que este filme mostra é a que nós temos com nós próprios. O tentar sair do nevoeiro da dor, seja ela qual for, e ver que o mundo tem muitas cores, tem pessoas que nos apoiam e que gostam de nós, que há desconhecidos que poderão tornar-se numa família - e a maneira como o nome Thunderbolts aparece demonstra isso, podemos não ganhar, mas a jornada é importante e a amizade, a cooperação, a diversão com que a vivemos é o essencial.

Tenho ouvido muito "Marvel is back!". A MCU não foi a lado nenhum, meus whispers, não podemos é esperar que faça sempre filmes ao nível de "Infinity War" e "Endgame", pois até chegar a estes existiram histórias que não chamaram tanto à atenção do público em geral - eu própria tenho filmes que gosto mais que outros, mesmo de heróis que não são tão conhecidos.

Contudo, este filme levanta a fasquia de novo para futuros projectos, pois tem momentos engraçados, diálogos importantes, faz paralelos com outros filmes, como "on your left" ou Alexei e Yelena fazerem uma acrobacia parecida com a de Steve e Natasha em "The Avengers". Porém, acho que poderiam ter explorado um pouco mais a depressão de Walker, ou até o passado de Ava, e como é que, do nada, Bob tem poderes maiores que um deus ou que Wanda e Strange - de certeza que não é do nada, por muito que se saiba que ele é uma experiência de laboratório.

Por último, é um filme bom, com boas performances, boa química entre o elenco e que me faz querer ver mais sobre eles individualmente, mas também como grupo. A banda sonora é muito boa e os efeitos especiais igualmente.

Ah! E não se esqueçam... há duas cenas pós-créditos, uma engraçada, e uma que nos leva até o próximo filme a sair... que, de certeza, sabem qual é.


Uma última nota sobre o filme: ele mostra que, às vezes, basta apenas uma pessoa acreditar em nós para conseguirmos ultrapassar as nossas dores, as nossas dificuldades, que nos ajude a abraçar a vida, a ter um propósito - aquele abraço final diz tudo o que é possível dizer, toda a gente merece viver, por muito vazia ou sozinha que se sinta.

Há sempre alguém, só temos de estar abertos àqueles que nos querem bem e não os afastar, pois aqueles que continuam a bater à nossa porta, mesmo quando esta está fechada a sete chaves, é que valem a pena.

Até ao próximo post!

A vossa sussurradora...

Disclaimer: Imagem Pinterest.

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